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o presente artigo. Fotos/Reprodução/Créditos:
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Publicado originalmente no site Lagarto Net, em 03/09/2013.
Gilvan Fontes, o comunicador.
Por Domingos Pascoal *
“Ah! Itaporanga, o alarido dos longes
que compõe minha vida chega daí.
Afinal, de Ti herdei minha alma.”
(Danilo Sampaio).
O menino, vindo de Itaporanga d’Ajuda, fincou pé na
comunicação e dela fez sua profissão de fé, esperança e amor, uma vida dedicada
à sociedade sergipana há mais de cinquenta anos.
A sua paixão pela difusão da palavra começou cedo, quando
criança, influenciado pelo seu pai, ouvinte assíduo das rádios Nacional e Tupi.
Voava alto nos devaneios de também ser um dia um comunicador de sucesso. Era
tanta a sua vontade que, ainda menino, construiu, nos fundos de sua residência,
uma pequena casa de madeira, materializando, ali, um ambiente radiofônico, que
sequer conhecia direito, como sendo sua rádio emissora, a transmitir para a
vida e para o futuro, através das ondas da fantasia, o sonho acalantado.
Logo veio morar em Aracaju, o que, de certa forma, o colocou
mais próximo do seu objetivo, pois algumas emissoras nasciam e o destino foi
conspirando para a concretude de sua ideia, muito difícil no início, mas, com
sua persistência, o êxito almejado tornou-se um fato.
Morando na capital, não deixou de voltar à sua Itaporanga e,
toda sexta-feira, impreterivelmente, viajava para cumprir uma missão que amava:
anunciar os filmes em cartaz no cine de sua cidade, bem como, “irradiar” os
eventos religiosos. Eram momentos gloriosos que justificavam qualquer
sacrifício, até mesmo o de carregar, nos próprios ombros, o amplificador que
levava do cinema até a Igreja e o trazia de volta, com todos os cuidados, após
os trabalhos, devolvendo ao final dos anúncios para que, no outro fim de
semana, lá estivesse para nova festa de anunciação cinematográfica e religiosa.
Entre o final da década de 50 e início dos anos sessenta,
conheceu o hoje também decano do Rádio sergipano, Jairo Alves de Almeida, da
Rádio Jornal, que o incentivou mais ainda. Tanto era o seu esforço e a sua boa
vontade, que foi convidado pelo Pe. Souza para fazer um teste na recém-criada
Rádio Cultura, lamentavelmente não foi aprovado. Raimundo Luiz, à época, disse
que ele tinha que treinar mais e, retornasse em outra oportunidade. Mas,
efetivamente, a realização do seu sonho só veio acontecer mesmo em 1963, pelas
bondosas mãos do decano da imprensa sergipana, o jornalista João Oliva Alves
que, dada a afinidade com o seu pai, o convidou a trabalhar na Rádio Difusora
de Sergipe PRJ6 de Aracaju, “uma radiola em seu lar”, onde trabalhou como
discotecário até chegar ao que de fato queria ser: locutor. E, a partir de
então, nunca mais abandonou o rádio.
Com advento da televisão, no inicio da década de setenta,
foi guindado para esse novo formato de comunicação, que transmitia não somente
o áudio, mas também a imagem. Convidado, não hesitou em aceitar, contratado
para ler, ao vivo, os anúncios comerciais da Rede Tupi de Televisão, pois,
naquele tempo, não havia as formas para a gravação de tais comerciais, era tudo
ao vivo (não a cores, é claro). Depois, mudou de função de ledor de comercial
para repórter de rua. Como não havia os modernos equipamentos, usavam câmaras
CP que filmavam, depois os filmes seguiam para o laboratório para revelação,
editoração e montagem da fita, para que somente depois pudessem ser exibidos.
Porém, quando as coisas são bem feitas e com amor, o destino
conspira em seu favor e, por linhas tortas, oferece as oportunidades. Pois eis
que o apresentador do Jornal Telenotícias, Demerval Gomes, ficou doente e, não
podendo comparecer ao trabalho, abriu caminho para que ele, como única pessoa
habilitada, pudesse substituí-lo e imprimir o seu talento em mais esta frente,
embora nunca tivesse apresentado um jornal televisivo, pois era apenas repórter
de rua. Na verdade, ele foi “intimado” pelo diretor da televisão, Sérgio
Gutemberg, que disse: Gilvan, se prepare, pois você vai apresentar o Jornal… E,
assim nasce uma história…
História de sucesso do rádio e da televisão sergipana,
brasileira e, naturalmente, desse menino sonhador, que fez e faz sempre o seu
melhor. Essa sua forma sempiterna de levar aos nossos lares a informação,
complementam os nossos dias e as nossas expectativas.
Trabalhou, desde então, em quase todos os veículos de
comunicação de Aracaju, com destaque para a TV Sergipe, aonde chegou, ainda, na
fase experimental da emissora e, por lá ficou durante 27 anos. Atualmente, é o
apresentador do principal jornal da TV Atalaia, onde se sente muito bem e vem,
como sempre, fazendo um belo e elogiável trabalho. Parabéns, cinquenta anos
ainda é pouco para quem faz o que gosta e gosta do que faz. Avante! Há muito o
que ser feito para aqueles que sonham sempre um sonho novo em busca de um
território de amor e de completude.
*Domingos Pascoal de Melo, membro da Academia Sergipana de
Letras.
Texto reproduzido do site:
lagartonet.com/2013/09/03/gilvan-fontes
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