sábado, 1 de abril de 2023

TV precisa investir em novidade para mostrar sua força e relevância

Publicado originalmente no site NO PLAY NEWS, em março de 2023 

TV precisa investir em novidade para mostrar sua força e relevância

Por José Armando Vannucci

“Esse será um ano de retomada das produções na televisão” e “algo precisa ser feito, mesmo com menos dinheiro” são frases recorrentes nas conversas com executivos das mais diferentes emissoras. Desde a pandemia, o mercado de comunicação no Brasil está num profundo processo de transformação, que inclui fuga de público para as plataformas digitais, mais produções de séries para o streaming e uma nova postura dos anunciantes, que, nos dias atuais, estão mais dispostos a investir em programas da web, sejam lives, podcasts, canais no Youtube e perfis de influenciadores. A ordem é anunciar em projetos bem direcionados para o público que se deseja atrair para o consumo, ao invés de campanhas para a grande massa.

Para muitos executivos da TV, não foi apenas o telespectador mais jovem que se afastou da televisão. O comando das agências de publicidade também mudou e os diretores que chegaram não são tão envolvidos com a televisão, os grandes artistas e os apresentadores que há anos brilham em nossas telas. Com idades entre 30 e 40 anos, são mais alinhados com as novas mídias, influenciadores e redes sociais. Essa nova geração da propaganda contribui para esta transformação que a televisão se vê obrigada a enfrentar.

Neste início de ano já há uma movimentação para novos projetos no SBT, Record e Band, além da Globo que tinha um bom planejamento anterior. As emissoras buscam formatos e ideias que possam trazer alguma novidade ao telespectador. O objetivo é tirar as grades da rotina estabelecida há alguns anos e mostrar ao público que a televisão aberta é capaz de produzir atrações de grande interesse, mais do que as plataformas digitais.

Nas conversas mais informais, todos reconhecem que, se algo não for feito no curto prazo, mesmo com pouco dinheiro, será muito difícil frear o crescimento do streaming, principalmente entre os mais jovens. Além de causar impacto no atual momento, perde-se uma parcela de público no futuro, uma vez que menos envolvimento haverá com a televisão. Lá na frente o ditado “ a TV é programa para mais velho” poderá ser a realidade.

Texto e imagem reproduzidos do site: noplaynews.com.br

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