terça-feira, 19 de agosto de 2025

Tributo ao amigo e jornalista Euler Tavares Ferreira

Artigos compartilhados do Blog Infonet de Cláudio Nunes, de 19 de agosto de 2025 

Tributo ao amigo e jornalista Euler Tavares Ferreira

Por Cláudio Munes, do blog Infonet

Foi-se Euler Tavares Ferreira. Lagartense, bancário aposentado e, acima de tudo um jornalista ético, com princípios que foi chefe por onde passou, mas nunca humilhou ninguém, pelo contrário sempre chamava os colegas a sós, para melhorar um texto, uma reportagem de vídeo e tudo mais. Aquela frase que toda unanimidade é burra, não cabe para Euler. Mesmo se algum colega não gostasse dele não tem o que falar. Euler só fez o bem, nunca puxou o tapete de colega algum. Vivia para a esposa Cristina e suas  seis filhas que sempre gostava de destacar.

Tive a felicidade de ter Euler como meu primeiro chefe em 1993 na Assembleia. Cheguei forjado com um pensamento de princípios de uma sociedade justa e igualitária e Euler me deu régua e compasso profissionalmente.  Ele não era apenas um profissional exemplar, no dia a dia, quem trabalhou com ele sabe o cidadão de bem que era. Euler era brincalhão e um “contador de casos”, geralmente da terra natal, Lagarto e um flamenguista de “quatro costados”.  Eu e o jornalista Luciano Augusto, também discípulo de Euler, somos testemunhas da plenitude como Euler amou a profissão e toda família.

 Do jeito dele, Euler observava tudo e via quem trabalhava de verdade e quem “fazia de conta”. Como ele bem se expressou uma vez num texto circular na coordenadoria de comunicação do TJ, quando alguns estavam extrapolando e gerando uma redação nociva e cheia de fofoca: “Na plenitude de minha maneira de ser – calmo, compreensivo, observador e, profissional acima de tudo, entendo que é preciso dar um basta…”  Euler era assim, único. Foram mais de dez anos convivendo diariamente com ele, na Assembleia, no TJ, Diário de Aracaju e uma rápida passagem na produção do Bom Dia Sergipe apresentado por ele (rápida passagem porque pedi para sair porque tive o dissabor de pegar o período da direção de José Carlos de Andrade, cujo irmão Evandro, era o diretor de jornalismo nacional da TV Globo. José Carlos tratava os jornalistas de todas as formas, menos como colegas). Depois que deixamos de trabalhar juntosa diariamente as vezes ele ligava e elogiava o que chamava o “vigoroso espirito crítico” nas minhas opiniões no blog.

 Tive a oportunidade de participar de um jantar há pouco tempo   na casa de Euler com alguns colegas dele da TV Sergipe, Carlos França, Wanderley Jesus e  Mozart Santos, que foi superintendente por muito tempo e mais recentemente voltou a morar em Aracaju. Euler, passou quatro anos enfrentando a doença do Alzheimer e recebendo a compreensão, paciência e adaptação de todos, especialmente da esposa Cristina e das seis filhas.  

 Será pedir demais a Deus, que em outro plano espiritual, eu possa reencontrar o amigo irmão Euler? O perigo é que se o desejo acontecer, Euler olhar para mim disparar mais uma das deles: “Não é possível, ate aqui? Você novamente…”

 Obrigado lagartense Euler Tavares Ferreira. Aqui na terra você foi um mensageiro da comunicação que viveu com simplicidade, desprovido de ambições, com humildade e um coração imenso para ajudar as pessoas. Um ser humano admirável que deixa um legado inestimável de bom caráter e retidão. Saudades eternas!

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 Homenagem da Academia Lagartense de Letras ao imortal Euler Tavares Ferreira pelo acadêmico Rusel Barroso, em 17 de agosto de 2025

 Euler, meu amigo, como eu gostaria de estar com a voz firme para melhor falar de você, de sua belíssima trajetória de vida, de suas amizades, do carinho de sua família, de tantas coisas que compartilhamos não só na Academia, mas especialmente em nossa terra berço.

A pedido do Dr. Paulo Prata, a quem honrosamente represento como presidente da Academia Lagartense de Letras, agradeço aos confrades e confreiras do nosso sodalício pela presença.

Meu caro Euler, falar de você diante de tantas pessoas que o admiram, não é tarefa fácil, sobretudo num momento tão delicado em que nos despedimos do amado confrade, conterrâneo e, acima de tudo, amigo.

Euler Tavares Ferreira era membro fundador da Academia Lagartense de Letras, da qual se tornou vice-presidente. Ocupava a Cadeira nª 8, cujo patrono é o ilustre jornalista Joel Magno Ribeiro da Silveira.

Suas contribuições à imprensa, iniciadas em Lagarto, certamente acenderam a chama da comunicação nesse grande jornalista, quando também passou a escrever para os jornais da capital, ocupação que precisou dividir com os afazeres bancários após aprovação para o Banco do Brasil. Mais tarde, obteve a concessão para trabalhar na Confederação Nacional da Indústria, em Brasília, logo cedido ao Governo do nosso Estado. Por duas décadas, trabalhou na TV Sergipe como repórter, comentarista político e apresentador do programa Bom Dia Sergipe, quando ficou conhecido por todo o estado. Foi diretor de imprensa da Assembleia Legislativa, durante 15 anos. Diretor de jornalismo da TV Cidade e de Imprensa do Tribunal de Justiça do Estado; apresentador do Sergipe Justiça pela TV de Brasília e do telejornal Conexão Aperipê dessa emissora, em Aracaju.

Sua história nos deixa o exemplo de que vale a pena exercer uma profissão com dedicação, tenacidade e amor.

Entre as inúmeras honrarias recebidas, destacamos:

– Medalha do Mérito Jornalístico Mons. Silveira, pela Associação Sergipana de Imprensa.

– Diploma por atuação na Imprensa Sergipana, pela Assembleia Legislativa.

– Medalha Tiradentes, pela UNIT – Universidade Tiradentes.

Aqui, apenas fazendo um breve delinear de suas imprescindíveis contribuições aos meios de comunicação de Sergipe e do Brasil, que deixam um grande legado que enobrece a nossa terra e que almejamos sejam perpetuadas pelas próximas gerações.

Com a reativação do Memorial Lagarto On-line, teremos a honra de publicar e imortalizar, com o aval de seus familiares e participação de outros segmentos, todas as suas crônicas, no 3º livro: ECOS DE LAGARTO E DE SUA GENTE a partir das Histórias de Euler Tavares Ferreira.

Agora, peço vênia aos conterrâneos e amigos para me dirigir a Euler, homem do coração de menino. Aquele que me contava histórias da Rua do Visconde, hoje Cel. Souza Freire, onde viveu prazerosamente com seus irmãos, aqui lembrados na pessoa de Dona Edla, sua querida irmã.

Meu caro Euler, estamos muito tristes, mas o céu, certamente, em festa, pois lá se encontram outros amigos felizes em recebê-lo: Leléu para cantar as boas-vindas ao velho amigo de infância; Mons. Jason e Dom Mário para repreendê-lo, logo na chegada, pelo atraso; Maninho de Zilá com sua Rolleiflex em punho pronto para os primeiros registros fotográficos; Joaquim Prata para lhe contar o próximo capítulo do interminável “Cacimbas” e relembrar o quanto aprontaram na casa de Dona Pratinha; Euclides com seu sorriso largo para abraçá-lo com a sua inesquecível professora Hulda; Emerson para falar dos bons tempos vividos no solar dos Carvalhos da Praça da Piedade, sem esquecer de José Ribeiro, seu velho colega do Laudelino, com quem chorou saudades de Lagarto, ouvindo, repetidas vezes, em Aracaju, na Praça da Catedral, numa pequena vitrola, “Os verdes campos de minha terra”, que dizia mais ou menos assim:

“Se algum dia à minha terra eu voltar, quero encontrar as mesmas coisas que deixei. Quando o trem parar na estação, eu sentirei no coração a alegria de chegar. De rever a terra em que nasci, E correr como em criança, nos verdes campos do lugar”.

Isso, meus amigos, transportou-me ao momento em que recebi o convite do querido Euler e de sua amada Cristina para conhecer o espaço onde começavam a construir sua casa para retornarem a Lagarto. Ainda me lembro do brilho no olhar do amigo, por estar de volta à sua terra. Ele, que dizia:

“Até hoje, todos os dias, ao cair da tarde, fecho os olhos e me transporto para Lagarto. No cruzamento das ruas da Glória com Lupicínio Barros, revejo minha gente, reencontro-me com minha cidade. Com um pouco de esforço, no exato momento em que, de algum canto, chegam-me os acordes da Ave-Maria, ainda percebo bem nítida a imagem de Nelson Ferreira fechando a porta central da agência dos Correios. É um momento só meu e da terra que me viu nascer. Impossível não achar Lagarto o melhor lugar do mundo”.

Contudo meu caro Euler, os planos de Deus não são os nossos, mas conforta-nos ver você de volta à nossa terra e, desta vez, em definitivo, para ficar junto aos seus amados pais: Dona Araci e Sr. Nelson Ferreira, bem como de seus entes mais queridos.

Guardarei comigo a afabilidade com que falava de seus colegas do admirável Ginásio Laudelino Freire, a exemplo de Paulo Sérgio, Maria do Carmo, Noeme Dias… Amigos que hoje se despedem de você com o coração apertado, ladeados pelos confrades que aqui se encontram: Claudefranklin, Taysa, Suely, Anselmo, Angélica e Rodrigo, que comigo deixam uma lágrima de saudade nesta despedida.

Por fim, jamais me esquecerei do carinho com que falava de suas lindas filhas Karla, Aracy, Grace, Yoana, Nayana e Jéssica, bem como do orgulho que nutria por ser um Ferreira.

Encerro com um pensamento do poeta Fernando Pessoa:

“O valor das coisas não está no tempo que

duram, mas na intensidade com que acontecem.

Por isso, existem momentos inesquecíveis,

coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”

Você, meu caro Euler, será sempre uma delas!

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Reconhecimento Por Anderson Christian, lagartense

Euler

Dói, é certo

E irrefreável

Mas doeria

Ainda mais se

Não lembrassem de ti

Como aqui

Constatamos e

Também lembramos

 ---

E guardo pra mim

Memórias minhas

Do quanto vivi

Ao te ver viver, fazer, exercer

Esse ofício determinante

--- 

Determinado

Exigente

Cobrador

Generoso

Elegante

Exato

---- 

Eis você!

 ---

Já eu

No meu canto

Do meu jeito

[Muito dele

Aprendido com você]

Faço o que faço

Por paixão

---

Mas tendo tido

O prazer de

Contigo trabalhar

[E a honra de tê-lo

A me guiar]

Vendo-o em ação

Em total devoção

Abnegação e precisão

 ---

Aí vem a questão:

Tanta dedicação

Tem outro nome

Que não seja

Paixão?

--- 

Obrigado, Euler Ferreira!

Por tudo, pra sempre e eternamente!

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Texto e imagem reproduzidos do site: infonet com br/blogs/claudio-nunes

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