quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Entrevista com Silvio Guindane, diretor de "Mussum, o filmis"

Legenda da foto: Ator e diretor Silvio Guindane, durante a première de Mussum, O Filmis, no Festival do Rio - (Crédito da foto: Divulgação/Festival do Rio)

Publicação compartilhada do site METRÓPOLIS, de 16 de outubro de 2023 

Diretor do “filmis”, Silvio Guindane diz que Mussum humaniza trapalhão

Por Raquel Martins Ribeiro

Rio de Janeiro — Conhecido dos brasileiros por seus papéis na TV e nos cinema nacionais desde os 13 anos, não é de hoje que o ator Silvio Guindane tem explorado seu talento atrás das câmeras. Agora, o diretor celebra os bons frutos de Mussum, o Filmis, que levou 10 anos para ser finalizado, mas que nasce para o grande público, a partir do dia 2 de novembro, com uma estrada já pavimentada por prêmios e elogios da crítica especializada.

O longa-metragem baseado na biografia Mussum — Uma História de Humor e Samba, de Juliano Barreto, conta a trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes, desde a infância com a mãe solteira e a irmã caçula no Morro da Cachoeirinha, no Rio de Janeiro, até se tornar um dos ícones da televisão brasileira ao lado de Dedé Santana, Didi e Zacarias, em Os Trapalhões.

Em entrevista ao Metrópoles, durante a première do filme no 25º Festival do Rio, Guindane falou da alegria de humanizar o artista ainda tão presente na memória afetiva dos fãs. “Poder fazer um filme no qual a gente não deixa o publico carente desse Mussum que todo mundo quer ver, e que a gente se diverte, mas que ao mesmo tempo entra na humanidade dele, era para mim o mais importante. Nós não estamos falando só do comediante, mas do menino de 8 anos de idade que ensinou a mãe a ler e escrever, que foi para a aeronáutica porque era a única saída naquela época, que pulava o muro para ir para o samba na Mangueira e do sambista que montou o Originais do Samba”, considera.

Para Silvio Guindane, o lado família de Mussum é o que causa identificação na plateia. “Primeiro a gente descobre o coração dos personagens, e a partir daí a gente vem com a estética. Quando descobri o quão grandioso ele era, eu resolvi fazer um filme grandioso”, afirma. Para alcançar a dimensão do homenageado, o diretor agradece a todo o elenco, que não mediu esforços durante a preparação que antecedeu as gravações.

“O Aílton fez aula de circo durante três meses, teve aula de canto… O reco-reco ele diz que foi na escola de samba, mas não vem com essa, foi comigo, no Mussum [risos]. Um ator que foi para todos os lugares e que mergulhou no personagem. Enquanto a gente estava filmando, toda a equipe sabia que estávamos fazendo uma coisa grande. Foi um jogo de parceria, amizade e confiança para contar a história de Antônio Carlos Bernardes Gomes”, explicou emocionado.

Colecionando prêmios

Silvio Guindane já experimentou a sensação de reconhecimento do público durante a 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, quando o longa dirigido por ele levou seis Kikitos, incluindo o de Melhor Filme pelo Júri Popular e Melhor Ator para Aílton Graça.

“Tem uma hora que o filme não é mais nosso, é do espectador, do taxista, da mãe. Alguns filmes ficam, e eu tenho a leve impressão que ele vai permanecer, assim como a figura do Antônio Carlos Bernardes Gomes ficou nas nossas vidas e no nosso incosciente. É um filme que fala de amor, família, de possibilidades, de mulheres no comando, que questiona preconceitos sem ser piegas, e, principalmente, sobre sonhos”, conclui Guindane.

*A repórter viajou a convite da produção do Festival do Rio.

Texto e imagem reproduzidos do site: www metropoles com

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